Andradas consagra o Sul de Minas como referência nacional em cafés especiais

Andradas (MG), tornou-se neste início de maio o epicentro da cafeicultura de qualidade no Brasil. Com o encerramento neste domingo da terceira edição do Andradas Café Festival, a cidade firma de vez seu nome no mapa nacional dos eventos mais relevantes voltados à cadeia produtiva do café, reunindo produtores, baristas, torrefadores, cafeterias, empresas do setor e coffee lovers de todas as partes do país.
De 1º a 4 de maio, o evento reuniu uma extensa programação, com rodadas de negócios, campeonatos, oficinas, degustações, palestras e workshops que transformaram a cidade em um verdadeiro laboratório sensorial e técnico do café especial brasileiro. Mais que um festival, o evento foi um ponto de conexão entre o campo, a ciência e o consumidor final, impulsionando toda a cadeia de valor do café produzido na chamada Região Vulcânica.
Localizada na caldeira de um vulcão extinto há cerca de 80 milhões de anos, a Região Vulcânica compreende um território singular, marcado por solos férteis e clima ideal para o cultivo de cafés de altíssima qualidade. Abrangendo 12 municípios entre o sul de Minas e o nordeste paulista, a área vem sendo reconhecida por seu terroir exclusivo, que confere sabores complexos e perfis sensoriais únicos aos grãos cultivados ali.
Essa identidade geológica e climática tem sido decisiva para a ascensão da região no cenário da cafeicultura especial. Os cafés vulcânicos vêm conquistando prêmios, exportações e, agora, protagonismo em eventos como o Andradas Café Festival, que valoriza tanto a herança sociocultural local quanto as inovações técnicas e sensoriais da nova geração de produtores e especialistas.
Entre os momentos mais marcantes do festival, a oficina comandada pela barista e enfermeira Deborah Veneziano ganhou destaque. Com pós-graduação em engenharia de alimentos e especialista em análise sensorial, Veneziano conduziu uma experiência profunda e afetiva sobre a percepção do café, explorando a influência das cores, das memórias afetivas e das referências individuais no paladar. Criadora do projeto Duelo dos Cafés, que percorre o Brasil levando educação sensorial sobre cafés especiais, ela trouxe uma abordagem única e inclusiva.
Além das oficinas, o festival promoveu campeonatos de barismo, exposições, concursos de qualidade de café, e ainda um circuito de café-turismo, que apresentou aos visitantes os cafezais da região, com direito a experiências imersivas na lavoura e em torrefações locais.
Mais do que celebrar o presente, o Andradas Café Festival lança um olhar promissor para o futuro da cafeicultura na Região Vulcânica. Sustentabilidade, inovação e conexão com o consumidor são os pilares que vêm norteando a produção local. Os organizadores destacam que o evento é parte de uma estratégia maior de valorização territorial, que alia tradição à modernidade, qualidade à responsabilidade ambiental.
Em sua terceira edição, o festival superou expectativas de público e de impacto, consolidando Andradas como um dos principais destinos do calendário nacional de eventos voltados ao universo do café. A cidade, respeitada por seus vinhos e paisagens montanhosas, também é sinônimo de cafés especiais de padrão internacional.
Com o Andradas Café Festival, o sul de Minas não apenas colhe os frutos de sua terra fértil: planta raízes profundas no futuro da cafeicultura brasileira.









